segunda-feira, 28 de março de 2011

Criminalização dos MS




Vídeo da Executiva dos estudantes de fisioterapia, feito para pensar um pouco.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Criminalização dos movimentos sociais no Brasil: suposição ou realidade?


O nosso País é mesmo uma nação sui generis. Quase do tamanho da Europa, possui 47% do território sul americano. Guarda em seus domínios 20% de toda a biodiversidade do planeta, tem todos os tipos de clima e de solo, é dono de uma riqueza cultural e de uma miscigenação sem precedentes.

Sobre esta terra, Caminha teria escrito em 1500: “Nela, em se plantando, tudo dá”. De lá para cá, foi cantada e recantada desde a arte do “Brasileirinho” ao ufanismo militarista de “Este é um país que vai pra frente”. Inúmeras vezes rotulado de “o país do futuro”, belo em vários aspectos, o Brasil se torna feio quando observado sob o paradigma político.

As autoridades públicas nunca deram muita bola para os problemas sociais dessa gente “que não vive, apenas aguenta”. Na dúvida, basta lançar olhos sobre a favelização das cidades, o analfabetismo e as diferenças regionais e sociais. Em suma, o Brasil é um país rico cheio de gente pobre.

Topado de riquezas, não as distribui a todos por não ter uma política ampla de oportunidades; ratifica sua opção pelo atraso social; não exige o pleno cumprimento das garantias constitucionais e leis trabalhistas; não oferece moradia e terra para quem mais precisa. Só resta aos excluídos a alternativa de questionar o sistema; é quando entram em cena os movimentos sociais, pelos quais uma boa fatia da elite política e empresarial nutre visceral aversão. Os trabalhadores organizados são vistos com certa neurose, como no regime militar apeado do poder em 1985, e ainda inspirador de muita gente endinheirada.

Persiste certo saudosismo da época em que trabalhador não questionava patrão nem governo e os sindicatos e associações eram clandestinos, “ilegais”; os ativistas, “agitadores subversivos” e perigosos. No Brasil atual parece subsistir a tendência de se rotular e resolver os conflitos de hoje com as velhas fórmulas do pós 1964 travestidas de uma roupagem mais sutil. Sob a mal disfarçada ditadura do mais forte, a criminalização da causa operária queima feito fogo de monturo.

De tanto ser irradiada, essa cultura de aversão aos movimentos organizados atinge as camadas mais pobres. Já vi muita gente que não tem um palmo de chão criticar duramente o movimento sem-terra, assim como trabalhadores pessimamente remunerados desdenharem o direito de greve. A fobia é geral. Ao primeiro sinal de manifestação, muitos empresários e gestores públicos, sem se preocupar em negociar com os trabalhadores, acorrem aos tribunais pleiteando a “ilegalidade” das greves, principalmente se desencadeadas por servidores públicos do Poder Executivo.

O mais curioso: os empresários e o governo quase nunca cumprem a legislação que beneficia o trabalhador, mas se utilizam amplamente da lei para fulminar greves, que são um direito constitucional. Outra questão grave é a perseguição – velada ou ostensiva – aos representantes de classe, que são taxados, punidos, demitidos ou simplesmente remanejados para setores por puro castigo. Há exceções, mas são mínimas. O Estado tem feito vista grossa dessa realidade, pondo, indiretamente, mais lenha na fogueira.

Há uma enorme distância entre limitar o direito de manifestação e criminalizá-lo. É um absurdo punir, taxar ou banir um trabalhador porque não aceita ser explorado, ou porque alguém ainda acha justa e normal a exploração do trabalho alheio.

Na época das senzalas, os escravocratas achavam a escravidão “justa e real”. Em nome de tal “justiça” e “realidade”, os negros não “enquadrados” no regime eram tratados como os piores criminosos e castigados com todo rigor. O País chega à era da informática permeado de ares senhoriais. No Brasil contemporâneo muitos trabalhadores perderam a vida pelo simples fato de acionar os patrões na Justiça. Talvez por isso os Titãs perguntassem “Que país é esse?” Alguém se habilita a responder?


José Heleno Santos

Fonte: O jornal-Alagoas


segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Quem somos nós?


O Diretório Acadêmico Mariana Amália (D.A.M.A.) é uma entidade política que representa os estudantes do curso de enfermagem do centro acadêmico de vitória (CAV). Contudo, não somos apenas um grupo de estudantes representado outros estudantes. Acreditamos que o diretório acadêmico é um espaço que deveria fazer parte da formação de todos os estudantes, já que só aqui aprendemos qual o verdadeiro papel de um universitário além de colar grau e ganhar “bastante” dinheiro, idéia essa que é constantemente incutida em nossas mentes. Todavia, antes de entrar na sociedade como profissionais é preciso ter formação social pra tal o que de fato não acontece, pois em momento nenhum o nosso papel social é questionado. A todo o momento discutimos nossos direitos e deveres, possíveis soluções para problemas que em nenhum momento nos são mostrados, mas que somos educados inconscientemente para alimentá-los através da nossa apatia, passividade e comodismo. Temos sim um pensamento utópico e romântico para essa sociedade atual a qual nos é imposta. Entretanto, lutamos contra a “formatação” que os estudantes e futuros profissionais recebem dentro das universidades que mais parecem fabricas de profissionais tecnicistas e humanos robotizados. A “formação” de fato não esconde as verdades nem aliena, mas sim tentar usar o conhecimento adquirido para melhorar uma sociedade tão carente de pesadores que atue na sociedade com objetivo de fato de transformar e não de alimentar o sistema.

Sobre a aprovação do Ato Médico pela Câmara, MINHA NOTA DE RECHAÇO



Desde a segunda metade do século passado movimentos sociais em favor da Reforma Psiquiátrica vêm lutando para a condenação de práticas de tutela e poder sobre o outro e não centralizar nas mãos de médicos o cuidado sobre a saúde. Tais movimentos foram resultado da repercussão de décadas de práticas asilares, torturas, intervenções invasivas e massacre de sujeitos cujas subjetividades não se enquadravam à lógica do capitalismo. Percebeu-se que seria injusto para a saúde ter como objetivo a cura: ela precisaria dar conta do sujeito socialmente constituído. A própria saúde é constituída dessa forma! A saúde precisaria tornar a cura um valor secundário e pensar no sujeito nas suas diversas dimensões. Deveria pensá-lo em sua existência e em suas potencialidades. A partir dessas idéias surgiram práticas em saúde "filhas" de diversas dimensões sociais. Questionou-se: Política trabalha com saúde? Educação relaciona-se à saúde? Direitos relacionam-se à saúde? Movimentos populares, assistência, arte, cultura, alimentação, saneamento básico...trabalham, relacionam-se, criam, fomentam e/ou fortalecem a saúde? Se a resposta for afirmativa, de quem é a responsabilidade pela saúde? Quem a cria/cultiva/ fortalece? São os profissionais? Ou é um profissional? Que profissional dá efetivamente conta de todas essas áreas diferentes? O sujeito da comunidade não trabalha sua saúde?Recentemente foi noticiado que a Câmara de Deputados elegeu, por critérios que nem imagino (ou imagino!), uma única categoria de profissionais para tutelar a saúde. Pergunto: que nova saúde é essa que pode ser tutelada? Que categoria é essa que precisa tutelar um bem não somente humano, mas da vida no planeta? Que objetivos regem suas formas de cuidado? Que ética pode-se perceber a partir destas formas? Uma afirmativa pode ser feita: quem aprova tal ato não deve querer beneficiar prioritariamente a população. Trata-se de uma luta por Poder não pela promoção da Saúde! Trata-se de um ato vergonhoso para a humanidade de uma forma geral, porque nega a saúde como bem comum atribuindo a ela um dono! Não se trata de afirmar a importância do trabalho da medicina, mas de desmerecer o trabalho de outros profissionais e demais cidadãos usuários de serviços de saúde. Trata-se de um triste festival de rasgar as conquistas da reforma psiquiátrica e ignorar os anos de tutela médica, sem que as pessoas pudessem assumir que são capazes de cuidar de sua saúde cuidando de si como construtoras de sua história, de sua existência! Botem os narizes de palhaço, o Ato Médico foi aprovado mais um vez!

segunda-feira, 9 de março de 2009

Obesidade atinge crianças do Bolsa-Família


Considerada um problema de saúde pública, a obesidade infantil passou a atingir mais crianças atendidas pelo Bolsa-Família nas Regiões Sul e Sudeste do País do que a desnutrição. É o que aponta mapeamento feito com base em dados do programa. Em dezembro de 2006, 11% das crianças de 0 a 9 anos atendidas pelo Bolsa-Família estavam desnutridas no Sul e no Sudeste, ante 10,4% com risco de sobrepeso. Essa relação se inverteu em dezembro do ano passado - 10,2% ante 11,3%.
Com a renda mínima oferecida pelo programa, que vai de R$ 20 a R$ 182, milhões de famílias passaram a comprar mais tipos de alimento, o que nem sempre se traduz em qualidade nutricional. Quase 300 mil crianças brasileiras do programa estão com sobrepeso. Equivalem a 11,2% dos avaliados. O avanço do fenômeno, chamado de transição nutricional, preocupa, já que o Brasil tem de lidar com as duas situações - obesidade e desnutrição.
"É um desafio ter que conviver com o pior dos dois mundos", resume Leonor Maria Pacheco Santos, secretária de Avaliação e Gestão da Informação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. De um lado, são crianças sofrendo de desnutrição, diarréia, retardo de crescimento - quadro registrado principalmente no Norte e Nordeste. Do outro, elas apresentam hipertensão, diabete, lesões de pele, colesterol elevado. E os dois problemas podem se somar: depois da desnutrição na infância, o excesso de peso na vida adulta.


Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

TV em excesso pode aumentar risco de depressão







LOS ANGELES, EUA - O ato de assistir televisão em excesso durante a juventude pode estar associado aos riscos de depressão na idade adulta, assegura um estudo publicado na terça-feira, 3, fevereiro pela revista americana Archives of Geral Psychiatry.

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Pittsburgh e da escola médica de Harvard concluiu que ver de forma excessiva televisão é algo comum entre jovens que desenvolvem depressões com o passar dos anos, sobretudo no caso dos homens.

Os encarregados do estudo, no entanto, não explicaram de que maneira a televisão afeta o futuro estado de ânimo da pessoa.

Para fazer esse estudo, foram medidos os hábitos de mais de quatro mil adolescentes e se calculou que cada hora de televisão diária fazia aumentar o risco de depressão em 8%.

Outros formatos de entretenimento audiovisual, como ver vídeos ou o uso de videogames não se refletiram como fator vinculado à depressão.

Os autores do estudo afirmaram que não se pode concluir a partir desse resultado que ver excessivamente televisão cause depressão, mas sim que este hábito se encontrou mais presente nos jovens que sofrem da doença com o passar dos anos.